Resenha do Livro Jornalismo Literário - Felipe Pena

O livro Jornalismo Literário, do autor Felipe Pena aborda o tema do título em um texto leve, que inicia com uma narrativa interessante: um jornalista visita o Céu e o Inferno. Em ambos, os habitantes têm os cotovelos invertidos. No fim do dia, todos morrem de fome porque “não podem levar a comida até a boca” no Inferno. No Céu, “ninguém morre de fome, porque cada um leva a comida à boca do próximo”. Através da fábula, discorre sobre a cegueira ética que tomou de conta da humanidade e nisso inclui o Jornalismo. Segundo o autor, ao invés de estar ligado às causas da coletividade, tem se tornado palco de futilidades. Nessa perspectiva, surgem os jornalistas comprometidos que buscam alternativas e entre elas está o Jornalismo Literário. Felipe Pena segue levantando os sete itens – que chama de estrela de sete pontas – que nos dão uma ideia do que é o Jornalismo Literário: potencializar os recursos do jornalismo, ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos, proporcionar visões amplas da realidade, exercer plenamente a cidadania, romper as correntes do lead, evitar os definidores primários (chamados de entrevistados de plantão) e garantir a perenidade e profundidade dos relatos. Ele afirma que “no dia seguinte, o texto deve servir para algo mais do que simplesmente embrulhar o peixe na feira”.
Para Felipe Pena, o conceito de Jornalismo Literário está ligado a uma questão linguística. Ele define Jornalismo Literário como sendo uma linguagem musical de transformação expressiva e informacional. Unindo os elementos presentes em dois gêneros diferentes – jornalismo e literatura -, forma-se um terceiro gênero.
Como o termo Jornalismo Literário gera diversas interpretações – para alguns, trata-se do período da história do Jornalismo em que os escritores assumiram as funções de editores, articulistas, cronistas e autores de folhetins no século XIX; para outros, trata-se das críticas literárias publicadas nos jornais; outros, identificam o termo com o New