Resenha do filme a onda
O professor é eleito o líder do grupo e esse movimento ganha o nome de "A Onda". Movimento este que baseia-se em normas de conduta, espírito coletivo e disciplina.
A vivência dura uma semana, começa com simples aplicações de disciplina, os alunos devem chamar o professor de "Senhor", devem se levantar para falar e sempre pedir permissão para se colocar. Com o decorrer da semana, o grupo começa a se vestir da mesma maneira e a propagar o poder da unidade, ameaçando e menosprezando os não-membros da organização. Não demoram a aparecer atitudes violentas e coercivas, típicas de uma ditadura. Quando o jogo fica sério o professor decide interrompê-lo, mas é tarde demais, pois "A Onda", já tomou proporções inesperadas e está fora do seu controle.
O filme aborda o contexto de uma juventude descrente num futuro diferenciado, onde há falta de um ideal pelo qual lutar e a organização é um conforto para os jovens que, além da ausência de motivação e valores, características da contemporaneidade, enfrentam as dores tão próprias da adolescência, como a ânsia em ser aceito e a busca por uma identidade.
No já referido filme, encontra-se diversos assuntos, tais como, nacionalismo, instâncias de legitimação do poder, educação, relações pós-colonialistas, separação de grupos, desafetos trocando farpas em sala de aula ou nas ruas, o fanatismo desses grupos, etc. Entretanto, o que mais chamou a minha atenção, é a cumplicidade do roteiro em relação aos ideais fascistas. É impressionante, a forma como o autoritarismo é exibido sob a máscara histórica do fascismo, mas em sintonia com o mundo atual e vestido na última moda do liberalismo, deixou tudo muito