Resenha Acadêmica do artigo “Uma obra de Mestre”, escrita por C. Lúcia M. Valladares de Oliveira, e publicada na Revista Mente e Cérebro; o texto nos reporta ao início da psicanálise, que foi nascida em Viena no fim do século XIX como uma clinica inovadora para o tratamento da histeria e da sexualidade; como também dasespecificidades psicanalítica: descoberta do inconsciente; neuroses decorrentes de perturbações na vida sexual; Resistência e transferência; especificidade do método analítico e interpretação dos sonhos. A história da vida de Freud e a história da psicanálise se entrelaçam intimamente, a ponto de se poder dizer que ela chegou a ser todo o conteúdo de sua existência, no sentido de uma permanenteatitude investigatória dirigida para os misteriosos eventos da mente humana. Ele sempre afirmou a necessidade de se livrar da "inocente fé na autoridade" para poder percorrer caminhos novos; os trajetos dos outros lhe pareciam importantes... Como referências para o seu próprio.
A autora através do tema “Uma obra de mestre”, cita que a aventura psicanalítica se inicia com a publicação de “Ainterpretação dos sonhos”, em 1900, quando Sigmund Freud escreveu em sua obra-prima “O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente”. O livro levou dois anos (1898 e 1899) para ser escrito e nele Freud edificou os principais fundamentos da teoria psicanalítica, constituindo como o ponto de apoio para todo o desenvolvimento posterior da sua obra. Para Freud, a essência do sonho é a realização de umdesejo infantil reprimido.
Em seu artigo ela faz um breve comentário sobre a Horda Primitiva, a Conquista das Américas, Rivalidades e Dissidências, Comitê Secreto, Controvérsias Pós Freudiana, Rumo a Construção e Releitura da Obra Freudiana, distribuído em nove páginas e acrescido de fotos da época.
É bom lembrar que a Horda Primitiva, segundo Freud, é o ponto de partida para o início dasociedade, da civilização. Mais que isso, a Horda Primitiva nos remete às relações de poder, o mais primitivo dos elementos de uma sociedade. Em 1908, a lógica de funcionamento do grupo que contava com 21 membros ativos, a Sociedade das Quartas-Feiras torna-se Sociedade Psicanalítica Vienense. Não foi apenas o nome que mudou a essência da sociedade também, sai do tempo da vida societária e dar lugar àrazão institucional e a uma estrutura verticalizada, onde mestres falam e discípulos apenas escutam. A mudança marca também o fim do isolamento do movimento em Viena, havendo uma adesão da nata do cenário médico e psiquiátrico internacional. Com o ajuntamento do psiquiatra Eugen Bleuler (1857-1939), autor da noção de esquizofrenia e seu interesse pela doutrina, representa uma abertura formidávelpara a psicanálise no tratamento da psicose.
Na Alemanha há organização de outro polo, feito esse, ocorrido através de dois assistentes de Bleuler, foram eles Max Eitingon (1881-1943) e Karl Abraham (1877-1925), reuniu um grupo consistente e devotado à causa, para fundar a Associação Psicanalítica de Berlim em 1908. Em Budapeste a adesão se deu por meio do médico Sàndor Ferenczi (1873-1933), adeptoda medicina social e apaixonado pela leitura de Interpretação dos Sonhos ele encontra seu mestre em fevereiro de 1908, logo se revela um dos clínicos mais talentosos e criativos dessa primeira geração, a ponto de Freud afirmar que por si só “ele valia por uma sociedade inteira”. Em 1913 Ferenczi funda a Sociedade Psicanalítica de Budapeste. Foram várias conferências na Clark University, deWorcester, nos Estados Unidos, em agosto de 1909, proferidas por Freud acompanhado de Ferenczi e Jung e depois publicadas sobre o título Cinco Lições de Psicanálise. Deu-se a conquista da América.
Com a expansão do movimento, também emergem rivalidades e dissidências teóricas e clinicas quanto à duração dos tratamentos. Toda essa reformulação teórica e clínica que desemboca na Segunda Tópica ocorrem...