Resenha: capítulo ii – trajetória do serviço social no brasil
O presente capítulo descreve a origem e trajetória do profissional do serviço social no Brasil, partindo da descrição dos objetivos iniciais até seus atuais desafios. Inicia resgatando os primeiros posicionamentos ditos “divergentes” sobre a disciplina do pensamento “oficial” do serviço social pós-período ditatorial de 1964, destacando que o serviço social evoluiu na medida em que foram implementadas suas práticas junto às classes sociais, sendo o meio pelo qual as políticas sociais estatais chegam à população, moldando-se conforme a estrutura social e o período. Advém sua origem da mobilização da Igreja católica, na década de 1930, para intervir e solucionar algumas questões sociais da classe operária, cujo processo tem início com o desenvolvimento dos grandes centros industriais, nos quais há uma intensa luta política, cristalizada em protestos e reivindicações contra a exploração e na busca por direitos. É, a partir do Estado Novo, que se reconhecem, minimamente, alguns interesses e questões sociais, como forma de controle e subordinação da classe operária, neutralizando seu desenvolvimento. O serviço social surge, então, através de grupos femininos, de origem burguesa, ligados à Igreja católica. Somente em 1936, às vésperas do Estado Novo, de intensa repressão ao movimento popular, que é criada a primeira escola de serviço social no Brasil, em São Paulo, objetivando ações sociais concretas, não assistencialistas ou paliativas, para minimizar as sequelas do desenvolvimento capitalista. A Igreja católica, através do “comunitarismo cristão”, busca executar uma estratégia política de influência junto ao Estado, intervindo nas questões sociais da classe operária, para recuperar a situação de degradação moral e física existente. O serviço social, gradativamente, consolida a relação entre a Igreja e o Estado e da ideologia corporativa pós-1930 com o “comunitarismo cristão”,