Relatório sobre o filme " Laranja Mecânica"

A execução penal deve respeito a um mínimo ético (atenuação e nihil nocere). A pena não pode “exaurir-se num rito de expiação e opróbrio, não pode ser uma coação puramente negativa”[6], nem deve caracterizar-se como “sofrimento órfão de racionalidade”[7]. A ultrapassagem dos limites do poder punitivo próprios de um estado de direito democrático não raro se dá sob o pálio da defesa social e da santidade de fins. enfoca a ausência de controle da violência urbana pelo Estado, o que torna a fita atualíssima, principalmente quando observa-se que na vida real, o crescimento dos índices de violência urbana, constantemente são usados em palanque de políticos inescrupulosos para fins exclusos, bem próximo portanto, da ficção assistida.
No filme em comento o Estado demonstra ineficiência no trato com; violência urbana, máquina judiciária, estrutura policial, respeitos aos direitos humanos, utilização coerente do erário público etc.
De início o inspetor policial amigo da família, sabia que o marginal Alex, era suspeito de envolvimento nos crimes ocorridos, no entanto, deixa de usar suas prerrogativas institucionais, que seria na espécie, intimar o suspeito e investigar sua suposta autoria. Comportando-se como amigo da família, limita-se a uma conversa amistosa com o suspeito, o que não coaduna com a função policial.
Apesar dos crimes ocorrem em série, o Estado, por sua força policial, ficou inerte, não iniciando os procedimentos investigatórios recomendados para capturar os facínoras, mesmo todas as evidencias indicando que Alex e seus amigos, eram os principais suspeitos.
Certamente que a inércia do Estado, contribui diretamente para a ocorrência dos crimes que sucederam os primeiros, quando o velho indigente foi atacado e ocorreu o confronto das gangues rivais. Naquele momento faltou a intervenção necessária das autoridades competentes, com poderes de coibir o prosseguimento das atitudes criminosas, evitando por conseguinte, que vidas fossem ceifadas.