Relatório Horas Complementares

Filosofia

Há controvérsias sobre o início do uso desse termo “Filosofia”, mas Diógenes Laércio narra que Pitágoras teria inventado a palavra filosofia, ao dizer que não era um sophós, um sábio, mas um philosóphos, um amigo ou amante da sabedoria.
“Não aquele que detém o saber, mas o amigo do saber, aquele que ama o saber e, por isso, busca-o.”
A sabedoria seria privilégio dos deuses, aos homens, cabe busca-lá, sem pretender tê-la alcançado de todo. Amar o saber é se abrir a ele, é ir em busca dele.
Em resumo, Sócrates afirma que sua sabedoria consiste em não pensar saber o que não sabe, mais do que em possuir alguma doutrina ou teoria que deva expor aos outros. Para Sócrates a filosofia não aparece como um saber já constituído, mas antes como uma relação com o saber. Sócrates fez filosofia questionando o que era considerado e aceito como saber na cidade. Sua atitude foi enunciar questões sobre o que as pessoas que eram tidas como sábias diziam saber. Esse estado de ignorância evidenciada era extremamente incômodo para muitos de seus concidadãos, o que levou vários dos interlocutores de Sócrates a nutrir ressentimento por ele, contudo, esse era o saber propriamente humano.
Já antes de Sócrates, o surgimento da filosofia se deu como a criação de uma cultura do conhecimento que se discute, coloca em questão e que, por isso, é diferente do saber da autoridade, que, simplesmente perpetua-se na tradição.
A filosofia talvez possa ser entendida como a descoberta de que educar é autoeducar-se, ou seja, a necessidade de educar-se por meio da razão, o espanto de perguntar o que é a natureza, o que é o ser. Trata-se da educação que se faz no diálogo, na pergunta que abre a investigação, no caminho do argumento. A filosofia também pode ser vista como uma aposta de que a vida pode ser mais bem vivida pela amizade que se dispõe ao diálogo filosófico, e não pela violência.