Reflex Es Sobre O Conceito De Novo Rural

Reflexões sobre o conceito de “novo rural”
Diversos autores têm defendido a urbanização do campo como característica marcante no mundo. É evidente que novas atividades e consideráveis mudanças ocorreram e continuam ocorrendo no campo, principalmente em decorrência destas novas atividades, como o aumento de ocupações não agrícolas, a pluriatividade, modernização do campo, chegada de infraestrutura, algumas indústrias e desenvolvimento dos meios de comunicação. Para Graziano da Silva (1997), a modernização do campo e a pluriatividade do trabalhador camponês e de sua família configuram um novo rural. Essas mudanças levam a um irreversível processo de urbanização do campo, onde as atividades agrícolas não se encontram mais solitárias, sendo até mesmo suplantadas por outras em alguns casos. Segundo Silva (1997):
“Pode-se dizer que o meio rural brasileiro se urbanizou nas duas últimas décadas, como resultado do processo de industrialização da agricultura, de um lado, e, de outro, do transbordamento do mundo urbano naquele espaço que tradicionalmente era definido como rural.”
O autor defende ainda que o crescimento das atividades não agrícolas tem aliviado as consequências da mecanização do campo e impedido que uma grande massa de desempregados se dirija às cidades em busca de emprego. A criação de empregos não agrícolas no campo é vista por ele como uma forma não só de garantir a permanência digna dos trabalhadores no campo, como aumentar sua renda. Assim:
“A criação de empregos não agrícolas nas zonas rurais é, portanto, a única estratégia possível capaz de, simultaneamente, reter essa população rural pobre nos seus atuais locais de moradia e, ao mesmo tempo, elevar o seu nível de renda.” (SILVA,1997)
O fato de ocorrerem mudanças na realidade do campo brasileiro é inegável, porém, o autor destaca a criação de empregos não agrícolas no campo como única estratégia de