Qual o efeito de uma política de valorização do real frente as outras moedas?

Não existe uma política de valorização do real, o que está acontecendo é uma pressão enorme do Mercado Financeiro.
Como o governo é obrigado a intervir no Mercado para segurar o valor do dólar, os Bancos se aproveitam para aumentar os seus lucros.
O governo compra dólares para manter o seu valor e como não tem dinheiro, emite títulos da Dívida Pública e vende para os Bancos a altíssimas taxas de juros.
O governo perde duas vezes, a primeira ao comprar os dólares fazendo dívidas e a segunda ao aplicar os dólares no mercado internacional a taxas baixíssimas. Faz uma troca de juros altos por juros baixos, a diferença é o prejuizo do governo.
No governo FHC os Bancos faziam outra manobra também muito lucrativa. Como o Brasil praticamente não tinha reservas cambiais a cada vencimento de dívida externa os Bancos compravam todo dólar existente no Mercado, seu valor subia e o governo era obrigado a comprar na alta.
Isso acontecia cerca de duas vezes por semana mais ou menos, imagina o tamanho do lucro.
O Sistema Financeiro sempre especula sobre o valor do dólar, obrigando o governo a vender títulos que são onerados pela nossa altíssima taxa SELIC. O governo não tem saída porque precisa auxiliar os nossos exportadores, porque se o dólar cair muito vai derrubar a lucratividade das nossas exportações.
Com o dólar baixo, aumentam as nossas importações e a competição com a indústria nacional, podendo gerar desemprego. O produto importado fica mais barato e pode alijar as empresas nacionais do mercado porque enquanto o produto importado fica mais barato, o produto nacional mantém seus preços.
Além disso o governo tem que ficar de olho na crise americana que já provocou uma queda acentuada nos preços dos nossos principais produtos de exportação, as chamadas comodites (soja, milho, carne, frango, minério de ferro, etc.), o que acaba prejudicando a nossa balança comercial.
Não é fácil para o governo controlar tantas variáveis ao mesmo tempo, e não falei de inflação, porque