psicanalise e religião

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Psicanálise e religião No que diz respeito às manifestações histéricas, a relação entre os religiosos e as mulheres se caracteriza pela intimidade, em que o homem, em princípio, garante o lugar da impossibilidade, porque dessexualizado. Por outro lado, algumas mulheres que fazem parte do ciclo social mais próximo dos religiosos desempenham em relação a eles o papel de mães zelosas e protetoras. Quanto à neurose obsessiva, as demandas feitas pelos fiéis ao apelarem repetidamente ao sacerdote pelo perdão de suas transgressões, com este último no papel de pai bondoso e provedor incondicional, carrega consigo o desejo de vê-lo fracassar alguma vez nas tentativas de livrá-los da culpa. Nesse particular, o perdão aos erros de sua namorada do cliente mencionado acima, seguia-se de novas transgressões da parte dela, claramente em desacordo com princípios e valores morais cultivados por ele, numa provável tentativa de que em algum momento ele não mais a perdoasse – como efetivamente ocorreu – e ela viesse a se constituir sujeito de seus próprios atos.
A dominação medra no terreno das fraquezas do dominado, o que está em sintonia com a percepção de Freud da religião como sintoma neurótico. Por outro lado, a pessoa dominada goza desta condição, à medida que, naquilo que ela faz – e o faz em nome do Outro – se evanesce da condição de sujeito, de ser de falta e de desejo; tudo é feito em nome do Deus, da Ciência, do Estado. Se o imperativo da atualidade é gozar a qualquer preço, como nos aponta Melman (2003), a alienação a um Deus todo poderoso é terreno fértil para a proliferação de seitas e religiões com esse perfil, o que efetivamente vem acontecendo de forma acelerada em muitos países.
Ao lado da religião como um sintoma neurótico, cuja origem remonta à extrema desvalia da criança, em seus momentos iniciais, em face das adversidades do mundo externo, em particular no contexto das relações parentais, há uma outra religião traduzida na ação de missionários nas lutas

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