Por uma nova velha praça pedro ii: a que custo?
Bernardo Aurélio de Andrade Oliveira POR UMA NOVA VELHA PRAÇA PEDRO II: A QUE CUSTO?
Teresina 2008
Por uma nova velha Praça Pedro II: a que custo? Por Bernardo Aurélio Resumo: A praça Pedro II já passou por muitas intervenções que sempre alteraram sua estrutura física. Desde sua criação as mais significativas foram as da década de 50, de 70 e de 90. A primeira contribuiu para reforçar a imagem que ela já possuía, onde foram plantadas árvores e colocados bancos. A segunda mudou completamente seu visual, destruindo sua concepção original. A terceira buscou corrigir a intervenção anterior, procurando reconstruir a antiga praça Pedro II. As duas últimas grandes intervenções, que buscavam sempre uma melhoria à cidade, acabaram apagando décadas de memórias individuais e coletivas. Ao longo desses anos, quem mais perdeu foi a memória da própria cidade, que busca, desesperadamente, encontrar sua identidade desconstruída nos patrimônios arquitetônicos da cidade. Palavras chave: lugares de memória, história, patrimônio, identidade e poder.
Lembro-me muito pouco de como era a Praça Pedro II antes da última reforma. Na verdade, sequer recordo ao certo quando foi que fizeram isso. Sei que foi no mandato do Governador Mão Santa, no final da década de 90. Mas tudo sobre o que pretendo discorrer aqui trata exatamente de memória. Do que me lembro? Lembro que quando cheguei a Teresina para terminar os estudos, vindo de Piripiri, uma coisa me fascinou na Pedro II. E não foi o Cine Rex em sua decadência majestosa nem o imponente prédio do Theatro 4 de Setembro, muito menos o Centro de Artesanato do outro lado. O que me fascinou na Pedro II era o sebo do Dentinho: uma mesa velha e suja, enferrujada, que ficava próximo ali, entre o Rex e a