Política e ideologia no cotidiano uma análise de oposição

POLÍTICA E IDEOLOGIA NO COTIDIANO: UMA ANÁLISE DE OPOSIÇÃO

De acordo com Norberto Bobbio (1993), o termo “política”, em sua origem clássica, reporta-se a palavra pólis, que se refere à cidade, ou seja, tudo aquilo que é urbano, civil, público e sociável. A expansão do termo se deu pela obra “Política”, de Aristóteles, que pode ser considerada como a primeira obra a tratar dessa natureza, das funções e divisão do Estado e das várias formas de governo que este pode estabelecer, enfim, de uma “ciência do Governo”. Sendo assim, durante muito tempo o termo “política”, depois de ressignificado, foi utilizado para denominação daqueles estudos dedicados à esfera de atividades humanas que se referem, de algum modo, ao Estado. Todavia, na época moderna o termo foi tendo seu significado transformado, passando a se referir a expressões como “ciência do Estado”, e a ser utilizado para indicação de atividades que tem como referência a pólis, ou seja, o Estado (Bobbio, 1993). Diferentemente do que muitos pensam, o cidadão é chamado constantemente a participar das decisões sociais, das decisões do Estado. A população é constantemente chamada a participar de algo: uma igreja, um coletivo, uma instituição, um partido, enfim, grupos sociais; e engana-se o indivíduo que acredita estar desvinculado a qualquer grupo desta natureza. Sendo assim, podemos inferir que o ato da participação consiste numa condição humana, da qual nenhum cidadão está livre, ou seja, todos os indivíduos, por menos que gostem, participam dessa estrutura da participação. A política e as relações de poder não se restringem apenas à esfera estatal: estão disseminadas por todas as relações cotidianas do homem – dentro da própria instituição da família – e o próprio fato de uma parcela da sociedade possuir uma apatia política já consiste em ato político.

Somos todos, conscientemente ou não, seres políticos, enquanto seres sociais que estabelecem entre si relações