Pol ticas Sociais de Sustentabilidade
Atualmente, quase todas as políticas e propostas que partem das empresas e do Terceiro Setor têm como objetivo o combate à pobreza e à exclusão social. O que antes era uma tarefa dos governos passou a ser visto como uma obrigação de todos. A consciência da necessidade de eliminar do mundo a mancha da fome, da falta de acesso à educação, à saúde e à garantia dos direitos humanos básicos é, hoje, generalizada. Com certeza, no Brasil, existe disposição para não mais se aceitar a enorme desigualdade que, tradicionalmente, vem marcando nossa sociedade. A mobilização de todos os setores é grande e os veículos de comunicação informam, constantemente, tanto sobre a persistência da pobreza quanto sobre a necessidade de combatê-la. Entretanto, apesar da presença constante do tema na mídia impressa e falada, estes veículos não têm apresentado análises e avaliações (que existem) sobre o fracasso de soluções apresentadas como milagrosas, ou sobre a inoperância de programas com longa trajetória. Não é só no Brasil que o tema tornou-se central. Existe, entre nossos vizinhos latino-americanos, africanos e também nos países desenvolvidos, a mesma impaciência com a marca de um mundo globalizado, onde a excelente qualidade de vida de alguns convive com situações subumanas. Nunca tivemos um período em que houvesse tanta clareza e também tanta indignação com a extrema desigualdade. Este é certamente um momento positivo para um debate sobre novos caminhos para uma sociedade melhor. Por um lado, muitos fatos novos exigiram a revisão das tradicionais políticas de assistência às populações em situação de risco. A primeira mudança significativa veio com a crise fiscal dos Estados, que obrigou a uma revisão das despesas com políticas sociais. Este fato, negativo por trazer limitações aos gastos, também proporcionou condições para uma re-análise das concepções de assistência social e do alcance e efetividade dos programas governamentais tradicionais.