PLANEJAMENTO URBANO

PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
SANTOS, Angela Mounin S. Penalva. Planejamento urbano: para que e para quem? Revista de Direito da cidade. Vol. 1, n. 4,5,6 e 7, 2011.
Professora Associada UERJ – Faculdade de Ciências Econômicas; Pós-Doutorado (USP/2009); Doutora em Arquitetura e Urbanismo (USP/1990); Mestre em Engenharia da Produção (UFRJ/1980). Áreas: Planejamento Urbano e Regional, Política Urbana.

O texto em foco esclarece a atualidade do planejamento urbano (PUr), especialmente no Brasil, apontando para suas múltiplas demandas e encruzilhadas. Para tanto, aborda-o em suas diferentes formas, assumidas desde o século XIX, até o presente momento.
Conforme expõe a autora, em sua origem o PUr esteve ligado às políticas sanitárias e de higienismo que marcaram profundamente as sociedades urbano-industriais do século XIX. Nesse período, a figura proeminente foi o médico sanitarista que, a partir de suas visões e discursos legitimava as ações do poder público em destruir os antigos centros e áreas pobres para a construção de novos prédios e amplas ruas e avenidas que permitissem o fluir das pessoas, das mercadorias e dos meios de transporte.
No Brasil essa política serviu de base às reformas urbanas do Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades brasileiras que sofriam da incidência das epidemias e, em razão disso, eram excluídas dos circuitos econômicos e turísticos mundiais.
Em seguida, no pós-guerra (1914-1918), já sob o signo da modernidade, as cidades passaram a seguir a lógica da otimização dos espaços em razão da intensificação do processo de urbanização. Esse período, dominado pelas ações de técnicos, engenheiros e arquitetos, também foi caracterizado pela expansão e crescimento da cidade informal
Esse modo de atuação, que não levava em conta a relação dos excluídos com o espaço urbano, aprofundou as contradições sociais visíveis na ampliação da segregação socioespacial. O resultado desse processo foi a emergência de movimentos sociais que, por meio do