Pixote

1010 palavras 5 páginas
FILME PIXOTE.

A história de Fernando Ramos da Silva é realmente uma expressão inconfundível da intolerância e hipocrisia da sociedade brasileira. Depois de protagonizar a obra definitiva sobre a delinqüência juvenil no Brasil, o garoto foi morto em 1987 em São Paulo. Ele tinha 18 anos de idade e apesar da fama repentina não conseguu se desvencilhar da deliqüência. Assassinato até hoje mal esclarecido; as maiores suspeitas recaem sobre policiais, desafetos do garoto. A simbiose perfeita entre ficção e realidade. O neo-realismo levado às últimas conseqüências. Tornou-se caso pitoresco, nota em caderno policial. Talvez uma página inteira de segundo caderno em algum grande jornal paulistano e, com sorte, alguns trabalhos acadêmicos. País ingrato sempre enaltecendo os medíocres e ridicularizando quem realmente importa. A interpretação ingênua lhe rendeu um lugar na eternidade. Ele tem o papel mais intenso de toda a cinematografia nacional. Esqueça as alegorias personificadas do cinema novo e pagadores de promessa, Fernando Ramos é absoluto! O número um.

Dizem que o filme é comparado a Os Esquecidos, que se eu não me engano foi um que Luis Buñel realizou com crianças mexicanas. Vamos dizer que Pixote apenas seguiu uma trilha aberta pelo cineasta espanhol. O uso de garotos de rua como atores foi apenas um dos fatores que trouxeram reconhecimento ao filme brasileiro. Pixote é contundente como alarme social e irretocável como construção cinematográfica. Hector Babenco nunca se repetiu e dificilmente se repetirá com tanta veemência.

Inspirado no livro a Infância dos Mortos de José Loureiro, o roteiro escrito por Babenco e Jorge Duran mostra sem falsetes a trajetória maldita de um garoto de 10 anos, apenas um dos muitos filhos de uma ninguém na periferia de São Paulo. Pixote é lançado à própria sorte em um reformatório junto com outros amigos de rua depois da morte de um desembargador em um assalto mal sucedido. A faxina nas ruas ressalta que a vida de alguns tem

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