Pesquisa Investigativa I Vers O Atualizada

Centro Universitário do Distrito Federal - UniDF
Coordenação do Curso de Direito

PESQUISA INVESTIGATIVA
O LIBERALISMO DE UMA SOCIEDADE ESCRAVOCRATA: UM PARADOXO

Brasília
2005

Enio Robson Rodrigues Ribeiro – Matrícula: 0500065

2005
ÍNDICE

I – Introdução
II – O liberalismo
III – Uma constituição liberal
IV – A escravidão e a sociedade escravocrata no Brasil
V – O protesto contra a escravidão
VI – A ilegalidade da escravidão
VII – A decadência do sistema escravista
VIII - Conclusão

O liberalismo de uma sociedade escravocrata: um paradoxo

I – Introdução O destino da historiografia brasileira é marcado pela escravidão, a qual favoreceu para que a população negra permanecesse, via de regra, na maior ignorância. Seus traços permanecem na herança justificando um período de opressão e exploração. Tais marcas ficaram e transcendem sua época imprimindo aspectos peculiares à atual sociedade. Vale lembrar que o regime escravocrata contribuiu de forma direta na elaboração de certos padrões, o que marca o atual panorama social do Brasil. Nesse regime, o respeito mútuo necessário à verdadeira coesão social não existe. A lei, nesse contexto histórico, consagra as distinções, legitima-as e quando excepcionalmente procura garantir a classe oprimida, torna-se letra morta, ineficaz, uma vez, que é burlada pelos interesses dominantes. Esse estágio da história do Brasil é alarmante, uma vez que em plena época de liberalismo, a grande maioria da sociedade eram escravos. Nesse contexto social, o Brasil apesar de ser motivado por idéias liberais e ser regido por uma Constituição conclamava a escravidão como forma de assegurar os interesses da classe dominante. A ambigüidade dessa atitude, o paradoxo dessa situação encontra paralelismo em todos os tempos, o que me leva, hoje, em busca de respostas plausíveis para compreender e/ou justificar tal atrocidade contra a classe negra. Por fim, tenho como objetivo