paideia

Resenha: Paidéia e retórica no sec. IV d.C.
O livro, Paidéa e Retórica no século IV d. C., tem como objetivo, uma nova discussão historiográfica a cerca da figura do Imperador Juliano, e a imagem que este adquiriu ao longo da historia. Utilizando os discursos carregados de ideologia de Gregório de Naziazeno, em Contra Juliano, procura rediscutir sobre uma perspectiva inovadora os fatores que estimularam a produção destes discursos tão consagrados pela historiografia, bem como as influências e técnicas utilizadas por Gregório para realiza-los.
Entretanto antes de nos atermos ao tema central da obra, é necessário primeiro realizar um esclarecimento a respeito do conceito de Paidéia, que servira de ferramenta para o entendimento dos conflitos levantados no decorrer da obra. Segundo a professora Margarida Maria de Carvalho, o termo Paidéia, faz referência à educação dos notáveis cidadãos romanos, que ocupariam os cargos importantes do governo e que portanto deveriam ter uma formação mais completa. Dentre as faculdades que deveriam ser desenvolvidas, temos a Retórica, que seria o termo utilizado para denominar a eloquência e capacidade de persuasão do individuo em seus discursos. Esclarecidos estes pontos podemos nos debruçar mais diretamente sobre a figura deixada pelo imperador Juliano.
Juliano, talvez seja o personagem com a imagem mais dissidente dentre aqueles que são objeto de estudo no período da Antiguidade Tardia. Devido à produção historiográfica a seu respeito ser bastante carregada de ideologias, tem os posicionamentos atrelados a sua imagem bastante variados e comumente esvaziados de imparcialidade, ora analisando seu governo de maneira positiva, ora atribuindo à alcunha de “perseguidor dos cristãos, tirano e apóstata” (pag 155)
Com o maior desenvolvimento das pesquisas em historia de maneira geral, temos um maior numero de trabalhos, bem como novas ferramentas utilizadas na analise da Antiguidade Tardia que buscam maior rigor e maior relatividade no