Olly Reinheimer, cores, formas e texturas

24531 palavras 99 páginas
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

"A Ausência de conhecimento histórico leva à falta de identificação e à autodepreciação, tornando um povo facilmente dominável e amedrontado com a liberdade."
Ana Mae Barbosa

Após alguns meses de tentativas frustradas de encontrar-me com Franco Terranova, proprietário da primeira galeria de arte moderna no Rio de Janeiro, a Petite Galerie, finalmente conseguimos tempo para conversar. Imaginando já ter ouvido dos outros entrevistados o que havia de mais importante sobre a artista, Olly Reinheimer, me preparei para uma conversa amena. Para minha surpresa, assim que iniciou seu depoimento, Terranova (1999) me bombardeou com uma declaração estimulante que viria sintetizar a relevância do tema escolhido para a pesquisa.
“Ela (Olly) tem uma importância extraordinária. Ela foi a primeira artista a pintar sobre tecido, não posso assegurar que foi no mundo inteiro, mas no Brasil foi a primeira. Ainda não se fez juz a importância que a Olly teve”.1

Este é portanto, um trabalho que visa contribuir para um maior conhecimento da vida e da obra de Olly Reinheimer, compreendendo que, através do estudo de uma vida, em particular, apreendemos muitos aspectos das relações e contradições que configuram a sociedade em determinado momento.
A opção pela pesquisa de uma artista que, apesar de bem relacionada e conceituada em sua época, caiu no ostracismo para as novas gerações é reflexo da necessidade de expansão da abordagem artística brasileira, que se vê restrita aos nomes consagrados pelo mercado e pela crítica de arte. A restrição a esses poucos nomes resulta em um panorama parcial e incompleto de nossa História da Arte, não nos permitindo compreender as relações entre os diversos movimentos resultantes de acontecimentos sociais nacionais e internacionais.
O estabelecimento de uma sociedade global urge que nos voltemos para a compreensão de nossa História da Arte de maneira abrangente, isto é, levando em

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