Mídias

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Se Marco Aurélio Garcia acha que pode falar tais bobagens e sair impune porque elas são justamente a conseqüência de uma evidência clara e simples: a de que a TV e o cinema possibilitaram uma mudança no comportamento das pessoas que elas sequer se deram conta.

A Folha de S. Paulo de hoje (18) resolveu entrar na discussão iniciada por Marco Aurélio Garcia, o assessor especial de Lula-lá para assuntos internacionais, a respeito da "dominação imperialista" das TVs à cabo (o linké só para assinantes). Em uma primeira leitura, nada de errado: o jornal corretamente se posiciona contra as loucuras ditas pelo eminente professor - e até nos brinda com um artigo escrito por Marcos Augusto Gonçalves (ironicamente, seu nome forma o mesmo acrônimo do eminente professor - MAG) que, conhecido na imprensa por suas opiniões de cunho a rive gauche, decidiu desta vez ir para o lado bom da força.

Além disso, como qualquer reportagem que se preza, há as declarações dos mandarins do mundo cultural, de Bruno Barreto a Domingos Oliveira. Até Daniel Filho, o cineasta de maior sucesso no Brasil, foi corajoso o suficiente para dizer que o eminente professor não era para ser levado a sério pois "apoiava Hugo Chávez e Fidel Castro". De brinde, temos análises sobre como as TVs a cabo trouxeram um novo nicho de mercado para o Brasil, mais empregos, possibilidades de criar produtos inovadores, etc.

Até aí, tudo bem. Contudo, o que mais assusta nas declarações é a completa falta de consciência do nexo entre as causas e as conseqüências. O que esta casta audio-visual não percebe é que ela é a responsável por esta situação. Deu um tiro no próprio no pé. Mas optou pela estratégia da avestruz: é como se vivesse em um outro país e acreditasse que, por viver em um lugar onde as instituições democráticas estão aparentemente estáveis, usufrui de uma liberdade única. Trata-se de um equívoco; afinal, a cultura de uma sociedade não se mede pelo grau de liberdade exterior, que, através da manipulação

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