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A partir da escolha de uma dessas concepções, o ILS irá construir o discurso em língua de sinais, podendo ser mais ou menos equivalente ao discurso do ouvinte, dependendo do conceito que ele tem sobre surdez e, consequentemente, sobre a língua de sinais.
No caso do intérprete de língua de sinais, se estiver inscrito na primeira concepção, ou seja, na clínico‑terapêutica, considerará o seu trabalho como assistencial e se perceberá um ajudador que, no momento interpretativo, estará praticando uma boa ação. Por conta disso, geralmente aceita interpretar gratuitamente, pois a sua satisfação está justamente em “ajudar os necessitados”.
Normalmente, quando se tem essa concepção, o intérprete pode sentir‑se perfeitamente à vontade para criar novos “sinais”, crendo estar ampliando o “vocabulário das pessoas surdas”.
Essa atitude acarreta uma situação interpretativa de baixa qualidade e contribui para propalar vários estereótipos sobre os surdos, principalmente aquele que diz que a língua de sinais pode ser aprendida facilmente e que é simples. Do mesmo modo, pode endossar a classificação preconceituosa do surdo usuário da língua de sinais como limitado em sua habilidade para compreender e expressar pensamentos abstratos.
Quase sempre, quando um intérprete realiza um trabalho ruim, seja utilizando a LS de maneira confusa ou simplista ou traduzindo o discurso de uma pessoa com sinais ininteligíveis, é o surdo que se sente diminuído, humilhado e desprezado intelectualmente.
Em contrapartida, se o intérprete tem como escolha a