Movimentos lgbt

O movimento LGBT é considerado muito recente. Desde 1969, já é possível identificar algum exemplo de luta pelos direitos de alguns grupos sociais, como foi o caso da Rebelião de Stonewall, em Nova Iorque, na qual houve uma revolta contra a polícia, que tentava fechar um bar inicialmente mais frequentado por transexuais e drags. Porém, esse evento não se configura como o início do movimento LGBT, e sim foi um momento de luta por direitos. Um dos motivos da recenticidade desse movimento pode ser o fato de que o termo “homossexual” é, igualmente, recente. Relações de cunho homo-afetivo, obviamente, sempre aconteceram na história, e estão presente em livros e histórias antigas. Porém, a ideia de “homossexual” para caracterizar pessoas que mantêm uma relação com outra do mesmo sexo nunca existiu. Ela surgiu por influência de um movimento médico no século XIX que buscava criar categorias e espécies ligadas a comportamentos sexuais (Weeks, 1989). Porém, o que ficou depois categorizado popularmente como “comportamento homossexual” foi resultado de uma série de processos e apropriações.
O chamado movimento homossexual surgiu do conflito entre a sexualidade tradicional e a moderna (Guimarães, 2004; McRae, 1990). Esta está relacionada a uma visão igualitária entre os parceiros, e a orientação do desejo é mais importante que o papel representante, de masculino ou feminino. Já a sexualidade tradicional é aquela onde os papeis são bem definidos, e tem-se uma hierarquia. Por esse motivo, esse movimento é dependente de uma visão diferenciada da sexualidade e, ao mesmo tempo, seria responsável pela sua disseminação.
No Brasil, em 1978, surgiu um grupo que tinha como intenção tornar a causa da homossexualidade politizada. Esse grupo, chamado Somos, tinha uma predominância de participantes homens e, depois, por mulheres, que formaram outro grupo – Grupo Lésbico-Feminista – em 1981. O grupo Somos nasceu com uma posição “esquerdista” e apoiando a luta das minorias. Além desse grupo,