Mola Hidatiforme

Introdução O trofoblasto é um tecido de origem materna e parterna que exibe características únicas. Apesar de se tratar de um aloenxerto no organismo materno, é capaz de interagir com moléculas e células da interface materno-fetal, evadindo da resposta imune e promovendo tolerância local. As células trofoblásticas também apresentam potencial proliferativo e invasivo comparáveis a neoplasias. No entanto, são dotadas de mecanismos regulatórios que limitam sua agressividade. As doenças trofoblásticas gestacionais (DTG) são um grupo de patologias caracterizadas pela hiperplasia do tecido trofoblástico, no qual há perda do controle sobre o ciclo celular, proliferação e invasão. A mola hidatiforme (MH) é a forma mais comum desse grupo e representa uma condição benigna que em alguns casos pode transformar-se em maligna, como o coriocarcinoma (CC) ou mola invasora (MI), configurando assim uma neoplasia trofoblástica gestacional. Outras formas malignas menos comuns são os tumor trofoblástico de sítio placentário e o tumor trofoblástico epiteioide.

MOLA HIDATIFORME (DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL)
A mola hidatiforme (doença trofoblástica gestacional) compreende uma miríade de distúrbios inter-relacionados, originando-se do desenvolvimento anômalo da placenta. Ela é caracterizada pela conversão das vilosidades coriônicas em uma massa de vesículas claras. Pode não haver feto ou haver feto em degeneração. O diagnóstico pode incluir molas hidatiformes completas e parciais, molas invasivas, coriocarcinomas gestacionais e tumores trofoblásticos no local placentário. A taxa de ocorrência é de 1:15.000 gestações. Geralmente, as molas hidatiformes são diagnosticadas durante o primeiro trimestre de gestação.

Fisiopatologia e Etiologia As características de uma mola hidatiforme parcial ou completa incluem as seguintes anormalidades:
1. Cariótipo: Derivada de anormalidades genéticas como o haploide paterno, ou grupo de cromossomos portadores de X que alcança 46, XX