Minha Branca de Neve

Centro Universitário Jorge Amado
Disciplina: Oficina de Leitura e Comunicação
Professora: Acácia Monteiro
Aluno: Cecília Cirne
Curso: Engenharia Elétrica

Minha Branca de Neve

Estava próximo de eu completar 18 anos e decidir que então seria o grande dia.
Grande parte de meus amigos já haviam experimentado e eu era o único “virgem” da turma, mas eu sabia que isso estava com os dias contados. No dia do meu aniversário/ iria acontecer uma festa e lá rolaria a minha primeira vez, com a branquinha, era assim que todos a chamavam.
Chegado o tão sonhado dia, minhas pernas tremiam, eu suava frio, não sabia o que fazer e como fazer, apesar de já ter ouvido falar bastante, ainda assim, era um tabu para mim. Aproximei-me e pude perceber o olhar de desejo dos que estavam a sua volta, já haviam me falado que logo na primeira eu ficaria viciado e sempre iria querer mais e bastasse que eu tivesse dinheiro, que eu a teria quando quisesse.
Era branquinha, como a neve, toquei-a e pude sentir sua textura fina, o vento a embalava de um lado a outro, como a dançar, pus somente a ponta de minha língua sobre ela, senti uma dormência quase que instantânea, mas continuei, aproximei meu nariz, e de uma vez só, dei-lhe uma fungada, cheguei ao êxtase acho que em fração de segundos, era bom demais, sensação prazerosa que eu nunca havia sentido antes, uma euforia, e me sentir o tal.
Depois daquele dia da festa, passei a encontra-la todos os dias, e parece que eu nunca me satisfazia, porque eu sempre queria mais, sabia que estava parado na dela, e que para me livrar desse vício eu teria que correr o risco e pedir ajuda a meus familiares, e foi assim, que enfim, me livrei da cocaína.