Metas de avaliação e desempenho

2.1. A força do mecanicismo: um obstáculo1
Escorreguem, mortais, não queiram segurar-se!
Jean Paul Sartre 2
A revolução do conhecimento se expande sem limites e obriga o ser humano a não mais poder caminhar sem a devida compreensão dos significados dos fatos e dos seus impactos. Novos hábitos e comportamentos, novas formas de convivência e valores emergentes originam uma revolução cultural que engloba as demais, orientando-as e coordenando-as. Em tempo algum da História a humanidade passou por transformações tamanhas como as do século 20 - caracterizadas pela rapidez das mudanças. A ciência e a tecnologia rasgaram novos e ilimitados horizontes à inteligência e à vida do homem.
Padrões antigos de comportamento despedaçam-se, velhos ideais submergem e valores tradicionais são abalados em suas raízes. Paradigmas ultrapassados oferecem resistência aos paradigmas emergentes à ocupação de espaço.
Paradigma, termo originalmente adotado por Thomas S. Kuhn, significa modelo e sugere à ciência a construção de modelos assentados em fundamentos filosóficos que induzem a visão do mundo que, por sua vez, induz a comunidade e os seus membros a se pautarem por regras e normas alinhadas à visão dominante.
O mecanicismo é um paradigma tradicional que influencia as organizações de modo significativo, até hoje. Ele concebe a realidade organizacional sob uma perspectiva mecânica, determinista, material e composta por “peças” menores conectadas de modo preciso. Pretensa visão “científica” que privilegia a fragmentação, o racionalismo e o descaso aos sentimentos.
Um número elevado de organizações caminha para o século 21 aprisionado pelo medo da perda da ilusória segurança oferecida pelo mecanicismo. Ilustrando a força que o mecanicismo exerce, ainda hoje, o Jornal do Brasil, em novembro de 1999, publicou no Caderno de Economia que Henry Ford foi eleito pela revista americana Fortune o
Homem de Negócios do Século 20. Um trecho da notícia justifica a escolha: “O