Memória audiovisual brasileira
ISSN 1809-4651
Memória Audiovisual Brasileira
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Alexandre Rocha da Silva
Doutor em Comunicação Social e Professor e pesquisador na Unisinos alers@terra.com.br UNISINOS, RS
Vinícius da Silva Pellenz
Estudante de Comunicação
pulgosivo@hotmail.com.br
UNISINOS, RS
Resumo
Problematiza-se o estatuto privado dos acervos das produções audiovisuais no Brasil e suas implicações relativas à constituição de uma memória nacional, tanto em termos de imagem-lembrança como em termos de imagemação. As teorias bergsonianas da duração e do movimento constituem, assim, aspectos teórico-metodológicos que deixam entrever alternativas para se pensar a comunicação desde uma perspectiva capaz de reconhecer os aspectos molares das instituições midiáticas, mas, sobretudo, de identificar os aspectos moleculares responsáveis pelas re-midiatizações e pela criação de audiovisualidades.
Palavras-chave: memória, audiovisualidades, pós-mídia.
Referente à memória na teoria bergsoniana quer-se discutir as funcionalidades potenciais que a memória pode atribuir aos corpos e a suas modalidades de comunicação. Bergson destacou uma linha imaginária muito fina entre passado e presente, onde se busca ora no passado imagens em semelhança ora no presente os devires em seu mais alto grau, com o corpo assumindo sua capacidade comunicativa de produção de imagens:
Quando buscamos uma lembrança, temos consciência de um ato sui generis, pelo qual nos destacamos do presente para nos colocarmos, inicialmente, no passado em geral, depois em certa região do passado [...] mas nossa lembrança permanece ainda em estado virtual; dispomo-nos, assim, a simplesmente recebê-la, adotando a atitude apropriada. Pouco a pouco, ela aparece como
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Este artigo é resultado parcial da pesquisa Devires minoritários na construção midiática de brasilidades, desenvolvida na
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e do estágio de pós-doutoramento