Memorial

Introdução
Quando fui desafiada a escrever sobre o passado, tive medo de não lembrar de lembranças que me pareceram tão distantes, embora não estejam tão distantes assim. Tamanha foi minha surpresa quando comecei a escrever e fui surpreendida por uma avalanche de memórias.
Quando comecei a escrever foi possível ver o quanto os caminhos que trilhei e as decisões que tomei estão entrelaçadas aos acontecimentos do passado.

Infância
Nasci no interior e fui criada na roça em um lugar simples e muito calmo, correndo livremente pelos campos, brincando com a terra, tomando leite no curral, cercada das mais diversas espécies de animais (gato, galinha, cachorro, porco, vaca, cavalo e muitos outros). Um lugar simples, não me esqueço das casas pequenas em meio a tanto chão. A liberdade de correr pelos campos até não poder mais, me fez uma criança com a cabeça saudável, livre de medos e inseguranças.
Meu primo L.H que tem a mesma idade que eu morava com a gente naquela época, era a criança mais presente na minha vida, na zona rural tudo é longe, por isso, quase nunca encontrava outras crianças para brincar. Dessa forma eu brincava de carrinho e ele de boneca, a gente pescava no rio, brincava de esconde-esconde. Lembro-me como se fosse hoje de um dia que nós dois brincávamos de esconde-esconde dentro de casa à noite, enquanto ele contava, eu resolvi me esconder em cima do lavabo no banheiro. Ele despencou comigo, levei um tombo e fiz um pequeno corte no braço, chorei por horas por causa do tal corte mais o motivo real do choro era o medo e levar uma surra por causa do lavabo quebrado.
Uma vez a gente fugiu da casa da minha avó pra ir pescar girino em um riacho que ficava perto, a estripulia não deu muito certo minha avó ficou muito preocupada e minha tia Simone foi procurar agente quando encontrou estava transtornada de preocupação, até chorava. Quando ela viu o que fazíamos ficou uma fera, pegou uma vara de amora e tentava de todo jeito