Meios de comunicação no brasil pós-30
30, enfatizando a configuração histórica da grande imprensa sobretudo no Rio de Janeiro na segunda década do século XX. Num primeiro momento procurar-se-á mostrar a importância de se olhar historicamente para os meios de comunicação, para num segundo momento refletir sobre o papel da imprensa no Brasil pós 30. Esse texto faz parte de uma reflexão mais ampla incluída em pesquisas financiadas pela FAPERJ e pelo CNPq.
Considerações Iniciais
Articulamos esta reflexão em dois pressupostos que se colocam, ao mesmo tempo, como duas questões:
Qual a importância de se olhar historicamente para os meios de comunicação? Ou seja, como o olhar histórico é central para a formulação de questões envolvendo a mídia; e qual o papel dos meios de comunicação no Brasil pós-30? Falar em desenvolvimento dos meios de comunicação no pós-30 significa também considerar a centralidade dos meios e as relações imprensa e poder, enfatizando nessa abordagem questões de natureza cultural.
Os estudos de comunicação historicamente se desenvolveram centrados em dois pilares básicos: ora a mídia era visualizada como opressora, responsável pela manipulação do público (abordagens que tiveram predominância até a década de 1980), ora era visualizada como passível de construir a “liberdade gazeteira” das práticas (Certeau, 1994) do público em abordagens que passaram a valorizar e a enxergar as invenções do público nas suas relações com os meios (abordagens que ganharam relevo sobretudo a partir da década de 1990).
Por outro lado, há que se acrescentar que os estudos de comunicação se valeram preferencialmente do referencial da sociologia, que forneceu uma espécie de legado teórico, base para a construção das reflexões em torno das múltiplas questões midiáticas. Essa base sociológica foi determinante para que se privilegiasse nas análises o viés cultural,