Mayombe de Pepetela
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa V
"O Mayombe começa com um comunicado de guerra. Eu escrevi o comunicado e...o comunicado pareceu-me muito frio, coisa para jornalista, e eu continuei o comunicado de guerra para mim, assim nasceu o livro.
Pepetela
Introdução
Este trabalho tem como objetivo analisar a obra literária ―Mayombe‖ de
Pepetela, discutindo brevemente o enredo a luz da personagem Ondina. Para isso, faremos contraposição com o primeiro capítulo de Os condenados da terra, de Franz Fanon onde almejamos compreender os desafios enfrentados pelo Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA) no processo de libertação angolano. Para tanto, consideramos que a prática política do movimento correspondente ao conceito de
"A violência que presidiu ao arranjo do mundo colonial que ritmou incansavelmente a destruição das formas sociais indígenas, que arrasou completamente os sistemas de referências da economia, os modos da aparência e do vestuário, será reivindicada e assumida pelo colonizado no momento em que, decidindo ser a história em atos, a massa colonizada se engolfar nas cidades interditas. Fazer explodir o mundo colonial é doravante uma imagem de ação muito clara, muito compreensível e que pode ser retomada por cada um dos indivíduos que constituem o povo colonizado. Desmanchar o mundo colonial não significa que depois da abolição das fronteiras se vão abrir vias de passagem entre as duas zonas. Destruir o mundo colonial é, nem mais nem menos, abolir uma zona, enterrá-la profundamente no solo ou expulsá-la do território."
Mayombe, romance do escritor angolano Artur Maurício Pestana dos Santos, conhecido como Pepetela, foi escrito em 1970, durante a guerra pela descolonização de Angola. As ideologias vinculadas ao marxismo-leninismo presentes na