Marx e o estudo dos suicidas

779 palavras 4 páginas
Marx, o suicídio, e a sociedade capitalista.
Marx, se em comparação com toda sua vasta obra, escreve pouco sobre o suicídio. Em 1846, baseado nos documentos de um arquivista da polícia francesa escreve um livro intitulado Sobre o suicídio. Nesse livro, de oitenta e seis páginas, a partir dos casos policiais de suicídio relatados por Peuchet, o arquivista, Marx tece as relações entre a vida privada e a estrutura social, analisando o suicídio como expressão extrema de uma sociedade doente, de um sistema que necessita de uma transformação radical para resolver não só as questões do campo da política e da economia, mas também as opressões nas relações sociais e o mal-estar dos indivíduos. No livro em questão, já são discutidos o papel do sujeito na sociedade e como a sociedade interfere na formação do sujeito. Segundo Marx “O ser humano é um conjunto das relações sociais concretamente determinadas pela história e, se essas relações sociais acontecem de maneira deturpada, o sujeito da sociedade estará doente, sendo essa uma das possíveis causas para o suicídio”. Em outro ponto, ele disserta baseado em Rosseau: “A sociedade moderna é um deserto habitado por bestas selvagens. Cada indivíduo está isolado dos demais, é um entre milhões, numa espécie de solidão em massa. As pessoas agem entre si como estranhas, numa relação de hostilidade mútua: nessa sociedade de luta e competição impiedosas, de guerra de todos contra todos, somente resta ao indivíduo ser vítima ou carrasco. Eis, portanto, o contexto social que explica o desespero e o suicídio.” Ele constata que muitas mulheres cometiam suicídio porque eram tratadas, inclusive por suas famílias, como uma mercadoria que se podia negociar, trocar, dar, oferecer. Hoje, podemos notar, não apenas as mulheres são mercadorias, mas os homens, as crianças, o trabalho, o amor, o sexo e tudo o mais. O que torna isso tão curioso é que esses escritos têm mais de 165 anos.
O suicídio não é antinatural, segundo Karl. Se o fosse,

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