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O texto da filósofa e pensadora política Hannah Arendt, faz uma extensiva distinção entre as esferas públicas e privadas, desse modo, decorre pelo pensamento antigo da Grécia até chegar à Modernidade. A questão propedêutica tratada é que a vida só é possível através do contato com outros homens, assim, ter-se-á a ação (o trabalho) como prerrogativa exclusiva e essencia aos humanos que se relacionam uns com os outros. Nessas circunstâncias, são enaltecidos e questionados pala autora, toda a evolução e construção da pólis, a sua intrínseca relação com a formação do homem e como dela depende a sua liberdade como ser humano. Para o homem grego a construção da vida política é bastante diferente da construção da vida na esfera familiar e do seu lar. O surgimento da cidade-estado seria como uma segunda vida para os gregos antigos, pois eles agiriam de maneira diferente daquelas executadas no âmbito privado. Tal situação foi um dado histórico, pois o que era considerado próprio era diferente do comum. Numa perspectiva aristotélica, pré-socrática e até mesmo nos cantos homéricos – como apresentado nas características dos deuses –, a ação e o discurso eram consideradas atividades políticas e não adentrava a violência como uma atitude válida para o homem vivente na pólis. A força ou a violência eram consideradas atitudes pré-políticas e só eram admitidas no espaço do lar ou familiar, pois eram necessários para controlar os escravos et cetera. O homem por ser dotado da fala possuía as ferramentas necessárias para a construção do sentido da pólis. A história da Filosofia cometeu alguns erros de interpretação, pois considera o homem político como homem social. Num conceito moderno, a esfera da vida privada consistiria a família, a esfera da vida pública seria a política, por outro lado, a esfera social não seria nem pública nem política. A pólis seria então, a esfera da liberdade, da igualdade, não há comando e nem comandado e a política não era considerada um meio para a