Mandonoimso

1268 palavras 6 páginas
O professor José Murilo de Carvalho, Pós-Doutor pela University of London e pela Stanford University, conta com uma vasta produção bibliográfica. Entre artigos, capítulos de livros e livros organizados e publicados, José Murilo, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), destaca-se por uma produção que analisa a História Política, mais precisamente, sociedade e política, História das Ideias e História do Brasil Império.

Em A Formação das Almas: o imaginário da República no Brasil (1990), no total de 166 páginas, o autor busca elucidar acerca da Proclamação da República e, principalmente, a forma como se deu a construção desta mediante embates constantes e acalorados pelos mitos, símbolos, alegorias e origem do novo regime.

A Proclamação da República, longe de ser um evento com uma história bem delineada e definida é, até hoje, motivo de discussões no intuito de definir os verdadeiros “pais” da República e de seus mitos – como o próprio autor destaca ao longo do livro.

Alguns pontos, como delineado na introdução, vão nortear e delinear a análise do livro: 1) as ideologias republicanas presentes em 1889; 2) os símbolos e mitos construídos para atingir o povo em sua cabeça e seu coração; 3) a forma como foi recebida pelo povo o novo regime, os novos símbolos e seus heróis; 4) as origens, influências, recebidas e propagadas pelos republicanos brasileiros.

No primeiro capítulo, Utopias Republicanas, o autor começa citando uma conferência de Benjamin Constant, proferida em 1819, onde delimita-se a diferença entre dois tipos de liberdade: 1) liberdade jacobina, ou seja, liberdade antiga (Roma, Atenas, ...), da participação coletiva; 2) liberdade dos modernos, liberdade do homem privado, onde a participação política se dá mediante representação. A diferença entre tais liberdades se dá devido às mudanças ocorridas na sociedade moderna, no desenvolvimento comercial e industrial.

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