“Lincoln” e a separação do poder

“Lincoln” e a separação do poder

O importante político e ex-presidente dos Estados Unidos da América Abraham Lincoln (1809-1865) teve um período de sua vida retratado no aclamado filme “Lincoln”, lançado em 2012, pelo diretor Steven Spielberg. O longa expõe a luta de Abraham em 1865 para fazer com que a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovasse uma emenda à Constituição que aboliria a escravidão no país. É possível perceber como se dá a relação entre os poderes executivo, legislativo e judiciário quando Lincoln propõe que a 13ª Emenda seja aprovada; há uma série de trâmites e politicagens na Câmara. Lincoln queria que a emenda fosse acatada com urgência devido à Guerra de Secessão e sua preocupação com o possível descarte da Proclamação de Emancipação de 1863, na qual o presidente valeu-se de seus direitos constitucionais para decretar, sem passar pelo Congresso, a libertação dos escravos. Em decorrência das eleições de 1864, em que vários políticos não conseguiram se reeleger, Lincoln viu uma chance de fazer com que estes votassem a favor da emenda, sem se preocupar com o próximo mandato. Além disso, como havia se reeleito, Lincoln teria a sua disposição muitos empregos federais, assim, muitos cargos foram oferecidos em troca de votos favoráveis à emenda, destacando-se a ética de Maquiavel que diz que os fins justificam os meios. Quando, em 1860, Lincoln não permitiu que nos novos territórios do Oeste houvesse escravidão, muitos sulistas revoltados criaram uma confederação que pretendia separar o Sul do resto dos Estados Unidos. Assim, iniciou-se a Guerra Civil. É possível inferir que na política americana da época de Lincoln há muito das ideias de Montesquieu. Segundo ele, o poder legislativo além de fazer as leis, coopera com o poder executivo; examinando em que medida estas foram corretamente aplicadas por este último. Quanto ao poder executivo, não poderá entrar no debate dos assuntos, mas deve estar em relação de