Liberdade em Sartre
RESUMO
Este trabalho busca realizar uma abordagem do ateísmo existencial de Jean-Paul Sartre, tendo como objetivo atingir a liberdade declarada pelo filósofo. Como Sartre tenta mostrar a sua filosofia, sendo ele mesmo um exemplo vivo do que ele prega, ele se considera ateu, para que o ser humano, a exemplo dele, possa assumir a sua existência e, consequentemente, a liberdade. Se existe um Deus criador, o homem não estaria abandonado, e teria que obedecer a esse criador, corrompendo sua liberdade e omitindo-se à má fé. Para o filósofo, o homem sempre procura algo para se prender e assim fugir da responsabilidade da sua liberdade.
Palavras-chave: Ateísmo. Deus. Jean-Paul Sartre. Existência. Liberdade.
1 INTRODUÇÃO
Jean-Paul Sartre, teatrólogo, novelista francês e um dos maiores mentores do Existencialismo do século XX, filosofia que anuncia a absoluta liberdade do ser humano. Sartre nasceu em 21 de junho de 1905 e faleceu em 15 de abril de 1980, em Paris. Ficou órfão de pai muito cedo. O pai, oficial da marinha, faleceu ainda jovem, dois anos depois do nascimento do filho.
Sartre é um existencialista ateu. Segundo ele, o homem está só; Deus não existe e, para Sartre, a não-existência de Deus tem implicações extremadas. Aliás, alguns dos problemas principais que se levantam do abandono de Deus parecem também levantar-se meramente do fato de nós não podermos saber se Ele existe. Para Sartre, que Deus não exista é de tal evidência, que não há utilidade de examinar e de refutar o que, tradicionalmente, sobre ele se pensa. Deixou exarada esta sentença.
O existencialismo não é de modo algum um ateísmo no sentido de que se esforça por demonstrar que Deus não existe. Ele declara antes: ainda que Deus existisse, em nada se alteraria a questão; esse é o ponto de vista do existencialismo ateu. É um pressuposto, um dado primeiro. Herdeiro de uma herança atéia já constituída