Letras

Ciências Humanas

Literaturas Africanas de Língua Portuguesa: Identidade, Resistência e Oralidade na Literatura de Guiné-Bissau

ELLEN CAROLINE OLIVEIRA LIMA ¹, Inara de Oliveira Rodrigues ²
¹Discente do Curso de Licenciatura em Letras DLA/UESC, e-mail:[e-mail], ² Docente do Curso de Licenciatura em Letras DLA/UESC, e-mail:[e-mail]

Apresentam-se os principais resultados da pesquisa desenvolvida sobre o processo de construção identitária e de resistência, bem como sobre a importância da oralidade em contos contemporâneos da literatura de Guiné-Bissau, considerando que o país só conquistou sua independência em 1974, sob violentos conflitos internos e externos. Nesse contexto, o projeto em questão visou perceber como são representadas, nas literaturas africanas, sobretudo a guineense, problemáticas relacionadas à cultura local, destacando-se a oralidade como marca de resistência diante das imposições étnico-culturais dos colonizadores. Para o desenvolvimento da investigação, adotou-se o método bibliográfico, de cunho analítico-descritivo, tendo como referenciais teóricos Bauman (2005) e Hall (2006), que discutem o conceito de identidade; Bordini (2006), Bonnici (2009) e Leite (2003), que tratam dos estudos sobre pós-colonialismo e estudos culturais; Marcuschi (1997), Padilha (2007) e Leite (2012), que abordam a oralidade; Augel (2007) e Semedo (2011) que discutem a Literatura Guineense, dentre outros teóricos e críticos. Foram definidos como corpus de análise os contos “A Árvore de Umbigo” e “Barco para América” que compõem a antologia Contos da Cor do Tempo (2005), organizada por Abdulai Sila; e os contos “Fogo Fácil” e “Os Bons”, da coletânea Fogo Fácil (2006), de Marinho de Pina. As análises procedidas permitiram reconhecer os dilemas de um povo que resiste à influência externa e busca apresentar sua cultura àqueles que a desconhecem. A palavra literária cumpre, assim, seu papel de emocionar, de criticar e fazer rir: no diálogo