Letramento
Estado da Arte Internacionalmente, os primeiros estudos sobre o impacto social da escrita voltavam-se para a comparação valorativa das modalidades falada e escrita de uma língua, apontando, na grande maioria das vezes, para a superioridade cultural dos povos que dominavam o sistema escrito. Como representativos desse momento há os estudos de Goody & Watt (1963), Havelock (1963) e Ong (1967). Tais autores conferem à escrita o enorme poder de promover a evolução social: desde a economia, a cultura e a visão de mundo de uma sociedade, até o incremento das habilidades cognitivas de cada sujeito individualmente. O fim da década de 1970 e o início da década de 1980 marcaram uma mudança nas tendências dos trabalhos sobre a escrita. Scribner & Cole (1981) pesquisam uma comunidade que convive com três escritas diferentes: uma utilizada no ambiente doméstico; outra utilizada para fins religiosos; e uma terceira utilizada para assuntos comerciais e governamentais. A conclusão a que esses autores chegaram foi de que há fatores sociais, além dos psicológicos, que interferem no desempenho de atividades cognitivas. Surge, então, a partir desse estudo, uma nova perspectiva de