Lavoura arcaica

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NOME: Evelyn Amado Fernandes
DISCIPLINA: Literatura Brasileira V
PROFESSORA: Leny da Silva Gomes
ENTREGA: 7 de novembro de 2006

A abordagem, tomada aqui como principal a respeito do livro Lavoura arcaica, é a respeito da dualidade entre o comportamento de André (sob “influência” dionisíaca) e de seu pai (sob “influência” apolínea). Sobre o assunto a respeito desses deuses, o filósofo Nietzsche escreveu que ambas as divindades artísticas destes, Apolo e Dionísio, está junto o nosso reconhecimento de que existe no mundo grego uma enorme contradição, na origem e nos fins (...) ambos os impulsos, tão diferentes, andam um ao lado do outro, em grande parte das vezes em luta aberta e incitando-se mutuamente para novos partos, a fim de neles poder perpetuar a luta deste contraste, que a palavra comum “arte” apenas na aparência consegue anular. (NIETZSCHE, 2005, p. 27)

Partindo dessa premissa, Apolo, segundo a mitologia, era representado como o deus do equilíbrio e “intérprete tradicional da religião para guiar o gênero humano” (BRANDÃO, 1992, p. 101). Já Dionísio, configura a ruptura das inibições, das repressões e dos recalques. Como, no romance, é abordada essa dualidade? A obra começa com o personagem André em um quarto alugado de uma pensão, sendo “resgatado” por seu irmão Pedro. Desde o início, há pistas da presença do deus Baco no ambiente onde os personagens se encontram: “ali junto da mesa eu só estava certo de ter os olhos exasperados em cima do vinho rosado que eu entornava nos copos” (p. 14) Ora, é sabido que o vinho, na mitologia grega, foi “inventado” por esse deus e a bebida fazia parte dos rituais dionisíacos. A própria desculpa que André usa para os seus atos descontrolados é atribuída à bebida, como a desencadeadora da ruptura com as normas sociais: “me ocorrendo que seria bom aproveitar um resto de embriaguez que não se deixara espantar com sua chegada para confessar, quem sabe piedosamente, ‘é meu