Judicialização da política brasileira
A presente análise se propõe, inicialmente, a tratar da questão da ciência política em seu aspecto abrangente (origem e desenvolvimento da disciplina) para, logo após, tratar das abordagens analíticas e dos métodos e técnicas da referida ciência. Este ensaio segue o referencial teórico dos seguintes autores: Aristóteles e Maquiavel (considerados os fundadores), até teóricos mais contemporâneos como Duverger (1962), Chevallier (1982, 1986), Prélot (1973), Pateman (1992), Cavalcanti (1969), Goodin e Klingemann (1996), Schwartzenberg (1979), Bobbio (2000), entre outros.
Definições gerais A ciência política dedica-se ao estudo dos fenômenos políticos e da atividade política em geral (que ocorre em todas as organizações, sejam elas: empresas, sindicatos, igrejas ou organizações sociais). Assim, a política diz respeito a toda a forma de poder (ligada à tomada de decisões). A ciência política, como disciplina, observa a política de forma objetiva, recorre ao método experimental, à observação, à formulação de hipóteses, à experiências e, finalmente à elaboração de leis conseqüentes, a repetição dos fatos com as mesmas reações sociais e políticas. A ciência política analisa a política como ela realmente é, como as lideranças (elites políticas) se movimentam e se articulam para conquistar, aumentar, manter-se no poder. O objeto específico da ciência política é tratar da questão do poder e do Estado. Para Norberto Bobbio (2000, p.67), a ciência política é compreendida como o estudo dos fenômenos políticos conduzidos com a metodologia das ciências empíricas e utilizando todas as técnicas de pesquisas própria da ciência do comportamento. Tem uma função essencialmente descritiva ou explicativa (trata da política como ela é). Bobbio apresenta uma sensível diferença entre a ciência política e a filosofia política, embora a primeira provenha da segunda. A filosofia política para Bobbio (2000, p.13)