Jovem Guarda SEGUNDA Noite 1

Para que se possa abter uma compreensão mais ampla e cuidadosa do movimento artístico-cultural denominado Jovem Guarda, é preciso que haja uma análise de todo o contexto artístico-cultural mundial, especialmente o advento do Rock n' Roll, a música jovem surgida na década dos anos cinquenta do século XX. As origens exatas do Rock têm diversos pontos de vista que não convergem às mesmas conclusões; sabe-se, porém que foi nos Estados Unidos onde o gênero se originou, em meados da década de 50 do século passado, sendo o produto da mescla de dois gêneros: o Country e o Rhythm & Blues.
O expoente de maior destaque neste contexto inicial foi Elvis Presley, que popularizou o então novo jeito de cantar, dançar e se vestir, disseminando-o por todo o mundo. O Rock proporcionou uma nova identidade grupal aos jovens, envolvida por rebeldia, contestação e prazer. “A década de 1960 foi o contexto em que o gênero definitivamente expandiu-se mundo afora, firmando-se como manifestação de parcela da juventude em países como a Inglatera e também o Brasil – recebendo por aqui o nome de Jovem Guarda.” (Silva, p.34).
Os primeiros ruídos do Rock no Brasil foram recebidos pela juventude com a euforia característica do gênero e tomaram caráter febril nos programas de rádio. A princípio eram tocadas as versões originais das canções que, mais tarde, continuaram a ser tocadas, por vezes com a voz de artistas brasileiros. Um formato de música característico desse período era o formato de versão brasileira de sucessos internacionais. Artistas como Carlos Imperial, Fred Jorge, Rossini Pinto, Celly Campello e João Gilberto, despontaram nas versões que, muitas vezes diferiam do sentido original das canções de sucesso às quais foram inspiradas. Aos poucos o Rock foi se entremeando no Brasil. Para Medeiros (1984) o rock “foi crescendo no interioir de um país ainda preso a esquemas culturais arcaicos que aqueles segmentos recém urbanizados se impregnaram de uma formação musical fortemente marcada