Introdução

INTRODUÇÃO

A região sul do estado de Goiás é drenada pelo rio Paranaíba cuja bacia compreende 149.488 km² (GALINKIN, 2003) e constitui parte da seção alta da bacia do rio Paraná. Esta seção apresenta uma riqueza 310 espécies autóctones, alóctones e exóticas (LANGEANI et al., 2007). Estes autores indicam que esta riqueza está longe de representar a realidade considerando, entre outros, que os cursos de água desta seção da bacia que drenam o estado de Goiás, são pouco conhecidos em termos da sua riqueza íctica.
Esta situação se contrapõe à ocupação desta bacia em Goiás, a qual tem sido incentivada desde 1930 com fins agropecuários, urbanos e outros (KLINK E MOREIRA, 2002). A intensa urbanização e industrialização são os maiores causadores dos efeitos negativos na qualidade da água e dos hábitats, onde a precariedade do saneamento básico (esgotamento sanitário e resíduos sólidos), o uso de efluentes para escoamento de resíduos industriais, o desmatamento da vegetação ripária e o uso indiscriminado de insumos agrícolas resultam na baixa qualidade da água (AMORIN et al., 1983).
Segundo Schafer (1985), as assembleias de peixes são influenciadas pelas variações do seu habitat sejam estas naturais ou decorrentes das atividades antrópicas. A determinação da biodiversidade, em especial das assembleias de peixes e dos seus padrões de variações espaciais e temporais, é de notável relevância para avaliar a qualidade do ambiente, visto que os peixes ocupam variadas posições na teia trófica. O monitoramento biológico da ictiofauna em rios também é essencial para identificar as respostas do ambiente aos impactos causados pela ação antrópica, além de fornecer subsídios para regulamentação dos usos dos recursos hídricos, possibilitando desenvolver alternativas para minimizar a degradação dos rios.
Os hábitats de um rio desempenham importante papel na integridade ecológica, com os peixes utilizando as dimensões espaciais e temporais do nicho de várias maneiras. Algumas