introdução à prática do aborto

INTRUDUO TEMTICA DO ABORTO INTODUO. Utilizado como contracepo desde a antiguidade e mantido como questo de foro ntimo e prtica privada at o sculo XIX, o aborto passa a merecer a ateno do Estado quando caem as taxas de fecundidade na Europa, no incio da industrializao. At a, a regulao da vida econmica e social fazia-se margem das polticas estatais e, embora a histria registre um nmero relativamente grande de leis referentes regulao da reproduo, no podemos falar em polticas pblicas, tal como so compreendidas atualmente. As dimenses do privado eram regidas principalmente por cdigos orais e consuetudinrios, e as posies correntes a respeito da concepo e da gestao deixavam margem para que as prticas abortivas no fossem condenveis. Assim, a atribuio do princpio vital ao espermatozide criava uma zona de penumbra entre a concepo e o aborto evitar a atuao dos espermatozides no era diferente de fundamentalinterromper uma gravidez. Tinha-se como certo, contudo, que no havia vida humana antes que o feto iniciasse os primeiros movimentos, o que tornava o aborto uma prtica minimamente aceitvel. Mesmo a Igreja Catlica, depois de um perodo em que o aborto e a contracepo eram condenados com a excomunho e a morte, atravessava um momento de recuperao das idias de So Toms de Aquino, o que tambm favorecia a no condenao da interrupo da gravidez. A teoria da natureza humana como unidade dualizada, base do pensamento de S. Toms, convertera-se em dogma da f catlica no sculo XIV, e preconizava que a alma s estaria presente quando o feto adquirisse caractersticas e forma humana. O que certamente no acontecia nas primeiras semanas da gravidez. A queda da qualidade de vida dos setores urbanos e a entrada das mulheres no merca de trabalho, leva a que muitos casais tentem limitar o tamanho da famlia que, de unidade produtiva autnoma, transforma-se em ncleo conjugal que vendo a sua fora de trabalho, adquire maior nitidez a separao entre o mundo privado da reproduo biolgica e o universo