Interação, texto e hipertexto
Interação, Texto e Hipertexto.
Perspectiva sociointeracionista
As reflexões aqui realizadas têm como farol teórico a perspectiva de uso da linguagem verbal postulada pelo sociointeracionismo vygtskiano. Os comportamentos humanos são manifestações visíveis de acontecimentos históricos vividos no interior dos diversos processos sociais mediados e cada vez mais intensificados pelos instrumentos semióticos que surgem ao longo do tempo.
O ponto de partida do sociointeracionismo é a crença na historicidade do ser. Por essa razão, procura observar as condições em que as formas de organização social foram desenvolvidas e investigar os formatos interacionais e os instrumentos semiolinguísticos utilizados. O ser humano se caracteriza por ser um sujeito que necessita compartilhar um pouco de si com o outro. Por isso, a Intersubjetividade lhe é condição de sobrevivência e mecanismo abstrato que organiza as mais diferentes atividades que um sujeito pode realizar em uma sociedade. A Linguagem se constitui primariamente como uma típica atividade social humana com vistas a mediar a integração e interação entre os seres sócias. Esses, por sua vez, ao semiotizarem organizadamente os signos linguísticos, produzem discursos ou textos e agora hipertextos.
Filiados à perspectiva sociointeracionista de análise, considero a língua como um jogo de atividades verbais. O estudo científico da linguagem não pode se restringir ao âmbito estrutural da língua.
Concepção de Texto
Na esteira da reflexão sociointeracionista, Beaugrande diz que o texto não pode ser mais interpretado como “a unidade que ocupa na hierarquia do sistema linguístico, o grau superior à oração.”
Textos são resultados de cruzamentos entre um conjunto de matrizes: lingüístico-cognitivas (capacidades para mobilizar e processar racionalmente recursos verbais), biofísicas (condições articulatórias e motoras para produzir fonemas