Influência para Psicanálise Freudiana

Jean Martin Charcot (1825-1893) era um médico francês, diretor de um hospital de Paris, o Salpêtriére, que tratava mulheres com doenças mentais. Charcot realizava estudos sobre as neuropsicopatologias e foi o primeiro a pesquisar e descrever a histeria. Ele afirmava que paralisias histéricas eram decorrentes de traumas, localizados na história de vida dos pacientes, e para tratá-las, colocava-os em estado de sonambulismo, hipnotizando-os. Charcot descreveu os sintomas da histeria e a hipnose, pela terminologia médica, o que facilitava a aceitação técnica pela Academia Francesa de Ciências. Seu trabalho dava ênfase aos aspectos neurológicos e distúrbios físicos. Em 1889, Pierre Janet (1859-1947) aluno de Charcot, tornou-se diretor do laboratório de psicologia da clínica neurológica dirigida por Charcot. Janet entendia a histeria como um distúrbio mental, causado pela deterioração da memória por forças inconscientes. Então, adotava como tratamento a hipnose, como Charcot. Os trabalhos de Charcot e Janet mudaram os conceitos dos psiquiatras da perspectiva somática para a psíquica. Em 1885, Freud ganhou uma bolsa de pós-graduação e foi estudar em Paris, onde conheceu Charcot. Foi durante esse período que o interesse de Freud transferiu-se da neuropatologia para a psicopatologia. Charcot procurava um correlato orgânico nas manifestações histéricas, enquanto Freud afirmou que problemas orgânicos tinham origens psíquicas e começou a estudar o inconsciente. A personalidade de Charcot foi o primeiro fator que influenciou a troca de interesses de Freud. Ele o admirava e o considerava um gênio. Charcot influenciou grandemente as ideias de Freud, pelo pensamento que o fator traumático é uma causa da histeria. Os trabalhos de Freud deram continuidade aos de Charcot com base nas paralisias traumáticas, com base na história de vida dos pacientes, que originavam as histerias. Para Freud, isso tinha alguma relação com a sexualidade, mas