Inflação pressiona aumento de juros em julho
A pressão inflacionista nos 17 países da zona euro poderá forçar a segunda decisão do banco central de encarecer o custo do dinheiro. A nova subida penaliza sobretudo as frágeis economias de Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha: a taxa de juro irá subir de 1,25% para 1,5%. E porquê? Porque a inflação no conjunto do euro está a também a subir.
Em Março, a inflação bateu os 2,8% - segundo os números do Eurostat divulgados na sexta-feira - bem acima do tecto estabelecido no mandato do BCE: próximo, mas abaixo de 2%. Este é o valor mais alto da inflação na zona euro dos últimos dois anos e meio Em Portugal, a inflação de Março atingiu 3,9%, com a ajuda do aumento dos impostos. É o quarto valor mais elevado entre os 17 da moeda única.
Com a taxa directora (de refinanciamento) em 1,25%, a política monetária do Banco Central Europeu parece ter ainda um efeito expansionista no núcleo da Europa, sobretudo na Alemanha. Os peritos esperavam que a inflação de Abril ficasse nos 2,7% (o valor de Março). Apesar de o crescimento anual dos empréstimos privados ter diminuído na zona euro (2,5% em Março contra 2,6% em Fevereiro), os empréstimos às famílias aceleraram 3,4% ao ano e os empréstimos à habitação subiram 4,4%. Os dados do BCE demonstram que não há uma pressão interna significativa nos preços na zona euro: a inflação resulta sobretudo da escalada internacional dos preços do petróleo e alimentos.
O BCE manteve a taxa de refinanciamento num mínimo histórico (1%), entre Maio de 2009 e Abril de 2011. A sua prioridade é manter a estabilidade dos preços acima de qualquer outro critério de gestão da política monetária. Perante a inflação