Inclusão escolar

Psicoletrando

Será que estamos preparados para a inclusão escolar?

Josimara Neves, psicóloga e escritora Marília Neves, professora e escritora

Quando falamos em inclusão, já vem a ideia de exclusão introjetada, pois só se inclui o que naturalmente não está inserido. E, se for assim, não seria a inclusão uma forma de evidenciar a exclusão? Como incluir física e geograficamente uma pessoa se o conteúdo não a inclui emocionalmente? Como lidar com o aspecto psicológico tanto do “até então excluído” quanto de quem vivia sem a presença constante deste “até então excluído”? Será mesmo que a inclusão é um direito social ou uma maneira forçada de tentar igualar os desiguais? Fazemos tais questionamentos não com o intuito de ir de encontro a essa questão, mas de buscar respostas para a nossa realidade – escola, onde encontramos um aglomerado de problemas: aluno cuja base familiar é inconsistente, crianças vítimas de violência doméstica e/ou sexual, as que passam por dificuldades financeiras, sofrem maus-tratos, não recebem atenção dos pais, fora aquelas que nem pais têm. Há os hiperativos, os disléxicos, os que têm DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), sem falar naqueles que não são deficientes, mas que também sofrem porque não conseguem se inserir por serem “gordinhos”, “magrinhos”, “ruivos”, “negros”, ou por terem qualquer diferença que os evidencie a ponto de sofrerem “bullying.” E aí? A escola – com tantas problemáticas – será capaz de efetivar a política de inclusão na praxe? Como os professores (sem estudo e formação adequados) conseguirão dar conta dos “até então excluídos” se mal conseguem administrar os problemas já existentes no âmbito da sala de aula? Isso, sem falar nos problemas de ordem interna, tais como: salas superlotadas, espaço físico sem acessibilidade, falta de recursos e de materiais que possam