Imagens e memória
Áurea Maria Guimarães Faculdade de Educação- Unicamp
Memória e Imaginação Este trabalho tem por objetivo estabelecer uma relação entre memória, imagens (fílmicas, pictóricas, literárias) e educação, na tentativa de oferecer ao educador possibilidades de investigar que suportes a narrativa das imagens oferece para a (re) criação da memória e a (re) construção do conhecimento. Para abordar o tema da memória imaginativa recorri a Walter Benjamin e à sua concepção de história. Segundo Walter Benjamim (1984), o mundo está em pedaços e a história se assemelha a um amontoado de ruínas, sendo impossível para o homem reconquistar a unidade perdida. O que resta a ele? A salvação está em recolher os “cacos”, não para reencontrar o passado como ele foi e sim para buscarmos o que foi esquecido e abafado pela violência dos grupos no poder. Deter-se sobre as ruínas é criar uma outra memória que não a da história oficial. A historiografia oficial evoca o passado ativando recordações regidas por uma temporalidade única, linear, ordenando os acontecimentos de forma que as pessoas se lembrem apenas do saber já feito, dos eventos já realizados e submetam-se a um modelo que dita as normas do conhecer e do agir. Criar uma outra memória que não a dos poderosos é rememorar, (e não recordar ou lembrar) o passado. Surge aqui, uma memória imaginativa que brota da descontinuidade da vida e nos ajuda a compreender quem somos. A memória imaginativa reabre nosso passado não para lembrarmos da cronologia dos acontecimentos que marcaram nossas vidas e sim para encontrarmos nele os vestígios que o tempo sufocou, mas que o presente tenta juntar e dar sentidos, ainda que provisórios e efêmeros.
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Em vez de continuarmos repetindo o que fomos no passado, podemos recuperar o sentido inédito das histórias que não puderam ser contadas e dessa forma romper a continuidade linear de uma história oficial que se impõe a todos nós. Que o