Ilha das Flores

Em pouco menos de 15 minutos, o curta-metragem retrata de forma explicita a gritante e cruel desigualdade na sociedade num processo que vai desde a plantação, colhimento e consumo de um simples tomate. A ideia é mostrar os absurdos que acontecem no cenário da economia capitalista e as vertentes de um passado escravagista.
No filme, numa escala de prioridade os seres humanos se encontram depois dos porcos. Como forma de garantir alimentação diária, mulheres e crianças se sujeitam ao “regime” de míseros cinco minutos para pegarem sobras de alimento dos porcos. Isso mesmo – sobras de porcos...Nesta situação, quero abrir meu parênteses sobre uma questão chamada alienação.
Alienação significa a diminuição da capacidade dos indivíduos de pensarem ou agirem por si próprios. No âmbito social, é a aceitação de tudo como algo natural. Esmiuçando o significado, temos: “diminuição da capacidade”, ou seja, há no indivíduo a capacidade de pensar e tomar sua própria decisão, mas que por inúmeros fatores, fica posto em risco.
Olhando para a situação de uma fila onde seres famintos aguardam a abertura de uma porteira para recolhimento de restos de comida me leva a pensar que já não é mais questão de alienação. Uma pessoa mal alimentada e que transita diariamente num lixão está altamente propensa a adquirir doenças, tanto psíquicas (pela realidade a qual está inserida) quanto físicas. Desta forma, como é possível pensar que na mente dessa pessoa em estado de vulnerabilidade as consequências mais extremos exista uma segunda opção, ou ter sua capacidade de escolha diminuída ou anseio de cobrar melhorias? A capacidade dessas pessoas, em todos os aspectos é praticamente zero. Trocando em miúdos, Ilha das Flores é a porta que leva a morte gradual de um individuo. Eu, Cláudia, penso que por mais que sejam humanos por possuírem telencéfalo altamente desenvolvidos com o polegar opositor, estão jogados a própria sorte, vitimas de um câncer que tem uma conjunção de adjetivos, entre