Hábitos de Leitura

Texto Expositivo-Argumentativo
Exemplo

“Hábitos de leitura dos portugueses”

Os portugueses caracterizaram-se, desde sempre, por ser um povo que lê muito pouco. Esta realidade poderá ser explicada pelo facto de Portugal ter sido, durante muitos anos, um país de analfabetos, no qual o acesso à literatura era um direito exclusivo daqueles que possuíam títulos e fortunas. Assim sendo, nunca se criaram, em Portugal, verdadeiros hábitos de leitura. Uma das razões apontadas pelos portugueses para justificar este facto é a falta de tempo disponível decorrente das obrigações do trabalho diário, que os absorve completamente. Contudo, a meu ver, esta parece-me antes uma desculpa para não ler. A verdadeira razão reside no desinteresse relativamente à leitura. Se houvesse, de facto, a preocupação em cultivar este hábito, qualquer tempo disponível poderia ser canalizado para a leitura (no autocarro a caminho de casa; no café; antes de dormir; etc). Muitos consideram ainda que os livros têm um preço muito elevado e que se efectua um mau investimento quando se compra um livro. Contudo, na hora de se comprar um telemóvel de última geração ou um plasma para a sala de estar, o preço já não é motivo de renúncia. Com efeito, trata-se, mais uma vez, de uma questão de desinteresse e não de uma questão económica. Para além disso, os meios de comunicação audiovisuais (rádio, televisão, Internet) fazem com que não haja a necessidade de recorrer a um jornal, a um livro ou a uma revista para obter divertimento ou informação. Pelo que as pessoas delegam para um segundo plano a informação escrita, em prol daquela que é mais imediata e satisfaz mais rapidamente. Em suma, os portugueses revelam que não têm, na sua maioria, o hábito de ler frequentemente e qualquer motivo serve de desculpa para não ler. É urgente que esta realidade seja alterada e que, no nosso país, se descubra o quão importante é a leitura na nossa vida.