HOBBES

O autor Thomas Hobbes ao dissertar sobre a sociedade e a necessidade de uma legislação, inicia sua tese por apresentar uma teoria que remonta ao conceito de isonomia, segundo Hobbes todos os homens são iguais quanto às faculdades físicas e de espírito. As faculdades de espírito criam discórdia entre uns e outros por acharem seu conhecimento maior e/ou mais valioso que o do próximo, embora a maior prova de que algo é distribuído equitativamente é que todos estejam contentes com o que lhes foi designado. Quanto à força física, as diferenças são relevantes pois mesmo que um seja mais fraco que o outro ele ainda se mostra capaz de vencer o outro na força, seja se aliando a outros ou por secreta maquinação.
É impossível que duas pessoas que desejam algo desfrutem dele, e quem possui algo pode ser facilmente desapropriado dele por outra pessoa, e assim por diante. Em vista destas condições, se faz necessário o estabelecimento de um poder maior que mantenha a ordem entre os homens, pois o recurso à força impede que a civilização se desenvolva. O governo precisa proteger os cidadãos da desconfiança e da barbárie, para isso deve existir um poder comum que estabelece a lei.
No capítulo XIV, Thomas afirma que todos possuem por natureza o direito à liberdade de preservar a sua vida, e a lei, que é um conceito que se diferencia do primeiro, pois o direito é a liberdade de fazer ou omitir, e a lei é a obrigação. A paz traz a prosperidade e todas as pessoas tem de ter o direito às mesmas coisas, desde que esses direitos não se sobreponham a interesses alheios. E para tal conceito funcionar, é necessário que todas as pessoas transfiram seus direitos a uma pessoa que os representa, para que ninguém faça a outro o que não gostaria que fosse feito consigo, o que traz benefício para todos os homens, que é o princípio da troca.
O autor ainda ressalta a diferença entre doação e transferência, pois na doação se depende da boa vontade do doador, e a transferência é algo conquistado por