historia da suade publica no brasil

Todas as ações no início do século XX, não só no Rio de Janeiro e São Paulo, mas em outras cidades, foram, em maior ou menor escala, benéficas à população. Houve uma diminuição em escala nacional dos índices de mortalidade (o índice que mede o número de óbitos em relação ao número da população) e morbidade (o índice que mede a incidência de uma determinada doença na população). Apesar do efeito benéfico, tendo havido transformações urbanísticas e sanitárias, foram as elites econômicas as mais beneficiadas. Estas receberam, nos bairros que moravam, água encanada, esgotos subterrâneos e serviços de luz elétrica, como também, nas áreas de indústria e comércio, condições propícias para atividades mais produtivas. As camadas mais pobres continuaram a ter precárias condições de vida e, portanto, baixa qualidade de vida. Ao proteger o bem-estar apenas dos mais ricos, a política desta época relegou para segundo plano os devidos cuidados com a população restante, que tinha, provavelmente, tanto mais problema quanto os primeiros. Estes desfavorecidos continuaram a viver em cortiços e serem vítimas de enfermidades, que, agora, eram raras no ambiente favorecido pela política.
Esta falta de preocupação das autoridades com o trabalhador atrasou o desenvolvimento da nação, sendo isto, por si só, uma contrariedade da proposta de Ordem e Progresso, abarcada com tanta ênfase após a Proclamação da República. Esta falha política tornou grave a situação dos pobres em momentos epidêmicos, estas pessoas pouco podiam contar com a ajuda do governo e ficavam a mercê da própria sorte. Em 1918, a violenta gripe espanhola surtiu efeitos devastadores em todo o mundo, no Brasil levanta-se a ideia de que cerca de quinhentas mil pessoas vieram a falecer com a doença. Neste período, grande parte dos políticos e médicos fugiram dos centros urbanos tentando escapar da epidemia. A situação da população só não foi pior porque o próprio povo se solidarizou, criando hospitais de emergência e cozinhas