Grupos pioneiros e as primeiras escolas de serviço social
No contexto internacional, o surgimento da primeira nação socialista ( antiga União Soviética – URSS) e a efervescência do movimento popular operário em toda a Europa caracterizam o contexto de surgimento das primeiras escolas de serviço social naquele continente. A questão social vinha à tona e com ela a necessidade de procurar soluções para resolvê-la, senão minorá-la.
As instituições assistenciais que surgem nesse momento, como a Associação das Senhoras Brasileiras (1920) no Rio de Janeiro, e a Liga das Senhoras Católicas (1923), em São Paulo, possuem já – não apenas ao nível da retórica – uma diferenciação face às atividades tradicionais de caridade. Possuem um aporte de recursos e potencial de contatos no âmbito do Estado que lhes possibilita o planejamento de obras assistenciais de maior envergadura e eficiência técnica.
O surgimento dessas instituições dá-se dentro da primeira fase do movimento de “reação católica”, da divulgação do pensamento social da Igreja e da formação das bases organizacionais e doutrinárias do apostolado laico. Tem em vista não o socorro aos indigentes, mas já dentro de uma perspectiva embrionária de assistência preventiva, de apostolado social, atender e atenuar determinadas seqüelas do desenvolvimento capitalista, principalmente no que se refere a menores e mulheres. É nesse período, também que a incorporação da mulher à força de trabalho urbana deixa de ser “privilégio” das famílias