graduando

Avaliação da disciplina Estado e Sociedade no Brasil
Curso: Ciências Sociais

Para compreendermos a República de 1946, temos que contextualizar a década de 40 do século XX, década esta que representa um mundo absolutamente assustado, assoberbado pela grande e absurda destruição que representou a II Guerra mundial. Para Hannah Arendt, a Segunda Guerra mundial, pode ser compreendida pela alcunha “banalidade do mal”, pois nunca o mal tinha sido tal banalizado, quanto durante a II Guerra mundial. Neste contexto, ela se refere não apenas ao morticínio de judeus, mas também de eslavos, ciganos, homossexuais e comunistas perpetrados pelos regimes do nazi-fascismo. Enxerga a perspectiva de que pela primeira vez uma política pública racional de Estado tinha como objetivo o extermínio de pessoas, não era apenas produto/consequência de uma guerra, mas uma política de Estado. Para Hannah, o mal não é uma categoria ontológica, natural ou metafísica, mas político e histórico é produzido por homens e se manifesta apenas onde encontra espaço institucional para isso, e fruto de uma escolha política.
Dessa forma, saímos do período da Segunda II mundial, em meados da década de 45, com um universo de 70 milhões de pessoas mortas, onde destes 44 milhões não eram combatentes. Existia, portanto, um sentimento e um esforço mundial para criar condições para que grupos de seres humanos estereotipados, preteridos, perseguidos e tidos como “problema social” não fossem extirpados por regimes políticos. E não apenas regimes autoritários, pois o nazismo era um regime a priori democrático. Assim surgem organismos internacionais como a ONU (Organizações das Nações Unidas), a Declaração Universal dos direitos Humanos que visam proteger a incolumidade das pessoas, os direitos e a liberdades individuais, procurava reconstruir uma nova ordem social e institucional que havia sido devastada pela grande guerra.
No Brasil, a constituição de 1946, do governo Dutra já traz essas questões de direitos